16.7.12

Adolescente paquistanesa tem rosto desfigurado por causa de sua fé

Quando Julie Aftab tinha 16 anos, um homem entrou no escritório onde ela trabalhava no Paquistão, e perguntou se ela era cristã. Quando respondeu afirmativamente, o homem jogou ácido de bateria no rosto dela e, em seguida, agarrou-a pelos cabelos e forçou-a beber parte do líquido. Com isso, ela queimou o esôfago, de acordo com o jornal Houston Chronicle.
No final, Aftab apresentava queimaduras de terceiro grau no peito, nos braços e na maior parte do lado direito do rosto. Sua família a levou para um hospital, que não quis atendê-la. Depois foram para outro onde a situação se repetiu. A mãe pediu tanto a um médico no terceiro hospital para tratar de sua filha que ele acabou concordandoA jovem não podia falar nem mover os braços. Os médicos disseram que 67% de seu esôfago foi queimado. Ela perdera o olho direito. Os dentes remanescentes podiam ser vistos através dos buracos em seu rosto. Os médicos disseram que ela iria morrer naqueles dias..
Aftab lembra que sentia muita raiva no início, e disse: “Deus, por que você fez isso comigo? Por que me fez passar por isso?”
Lentamente, ela começou a cicatrizar. Três meses e 17 dias depois de ser queimada, ela voltou a falar e recuperou a vista de seu olho esquerdo. Ela passou quase um ano no hospital, se recuperando.
O rosto mutilado da adolescente foi estampado em noticiários, associado ao crime de insultar o islã. Sua família foi perseguida, e sua casa foi incendiada.Eles queriam me enforcar”, disse ela. “Eles pensaram que seria um insulto ao Islã se eu vivesse.”
Aftab e seus pais procuraram a um pastor no Paquistão, que prometeu lhes ajudar. Ele contatou o Hospital Shriner para Crianças, que ofereceu o tratamento para ela em Houston.

O pastor deu um conselho valioso antes que ela deixasse o Paquistão, em 2004: “Sua ferida vai curar sem qualquer medicação. Você pode curar de dentro para fora. Se você os perdoar”, disse ele.
Agora, 10 anos e 31 cirurgias depois, Aftab encontrou uma nova vida no Texas, onde está se especializando em contabilidade na Universidade de Houston-Clear Lake e se preparando para receber a cidadania americana este mês.

Ajudado pelos “pais americanos” Lee e Gloria Ervin, aos 26 anos, Afta diz que o ataque apenas aumentou a sua fé.
“Aquelas pessoas… elas acham que fizeram uma coisa ruim para mim, mas me levaram mais para perto de Deus”, explica. “Eles me ajudaram a realizar meus sonhos. Eu nunca imaginei que poderia ser a pessoa que sou hoje.”
Lee e Gloria são evangélicos ativos em sua igreja e ofereceram sua casa prontamente quando souberam que a jovem paquistanesa cristã que viria se submeter a tratamento médico em Houston.
No início, eles se ofereceram para ficar com Aftab seis meses. Lembram que, quando ela chegou, mostrou ser extremamente tímida, olhando para o chão o tempo todo e só andava vestida de preto, da cabeça aos pés.
Como ela não falava inglês, eles a ensinaram a língua usando livros infantis que pagaram na biblioteca da igreja.O tempo passou até que, em 2007, Aftab solicitou e recebeu asilo com a ajuda de instituições de caridade. Depois desse ataque, Aftab pôde fazer coisas que nenhum membro de sua família havia feito, incluindo formar-se no ensino médio e ir para a faculdade.A perseguição aos cristãos no Paquistão é um problema constante. No ano passado, as escolas cristãs no Paquistão ficaram fechadas três dias como protesto pelo assassinato do ministro do país que cuida das minorias religiosas.

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